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18/10/2013 15:28

Arábia Saudita é eleita pela 1ª vez para o Conselho de Segurança da ONU

  • País sofre críticas por histórico de desrespeito aos direitos humanos
  • Chade, Nigéria e Lituânia e Chile são os outros novos membros rotativos do órgão mais poderoso da ONU

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COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

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Conselho de Segurança da ONU reune 15 países - dos quais cinco são membros permanentes e têm poder de veto e os outros dez são membros temporários
Foto: Monika Graff / AFP/17-03-2011

Conselho de Segurança da ONU reune 15 países - dos quais cinco são membros permanentes e têm poder de veto e os outros dez são membros temporários Monika Graff / AFP/17-03-2011

NOVA YORK - A nova composição do Conselho de Segurança das Nações Unidas mal foi anunciada nesta quinta-feira e já causa polêmica. Arábia Saudita, Chade e Nigéria - países com um histórico obscuro de desrespeito aos direitos humanos - foram escolhidos numa votação para ocupar as vagas rotativas durante dois anos no órgão mais poderoso da ONU. Chile e Lituânia foram os dois outros eleitos numa votação promovida pelos 193 países da Assembleia Geral para um mandato de dois anos.

Os cinco escolhidos vão substituir Azerbaijão, Guatemala, Marrocos, Paquistão e Togo no conselho de 15 membros a partir de 1º de janeiro de 2014. Mas, grupos de direitos humanos reagiram imediatamente e pediram a sauditas, chadianos e nigerianos que trabalhem imediatamente para melhorar sua política de direitos humanos. Houve protestos.

- Os membros do Conselho de Segurança são rotineiramente chamados para abordar os direitos humanos fundamentais e as questões humanitárias. A Arábia Saudita e o Chade têm registros abismais sobre direitos humanos - queixou-se Hillel Neuer, o diretor-executivo da UN Watch, um grupo de defesa dos direitos humanos radicado em Genebra que monitora a ONU.

A indicação da Arábia Saudita foi a que mais chamou a atenção: o país conquistou 176 dos 191 votos da Assembleia Geral. A potência petrolífera é, ainda, uma sociedade patriarcal que pratica um modelo puritanista do Islã, o wahabismo. É tão ultraconservadora onde as mulheres sequer têm permissão para dirigir e sair desacompanhadas. No mês passado, o reino liderou uma lista de países compilada pelo Banco Mundial sobre os Estados que mais restringem o potencial econômico feminino. Alheio às polêmicas, o embaixador saudita na ONU, Abdullah Al-Mouallimi, comemorou:

- Nossa eleição hoje reflete uma velha política de apoio à moderação e à resolução de disputas por meios pacíficos.

A ONG Human Rights Watch instou o governo de Riad a “limpar seus atos”. Nos bastidores, alguns diplomatas ocidentais, porém, comemoraram a escolha: a presença de um país-chave no mundo árabe poderá dar peso a futuras discussões sobre a guerra civil na Síria. Principalmente quando a família al-Saud tem gasto milhares de dólares para armar a oposição ao regime de Bashar al-Assad.

Dos 15 membros no Conselho de Segurança, apenas cinco são permanentes e com direito a veto: Estados Unidos, Reino Unido, França, Rússia e China.



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