Planeta Urgente
Mas isto vai depender de se cobrar um preço pelo carbono
A Austrália é uma grande produtora e consumidora de carvão, que representou mais de 75% da geração de sua energia elétrica em 2008-2009. Vastas quantidades são exportadas, principalmente para a China.
Mas poderia ser muito diferente. Um estudo feito por pesquisadores da Universidade de New South Wales mostra que o país poderia gerar 100% de sua energia de fontes renováveis em 2030 se fosse estabelecido um preço de U$ 50 a U$ 100 por tonelada de carbono, o que tornaria os grandes recursos eólicos e solares do país competitivos com os combustíveis fósseis.
Usando simulações baseadas na oferta e demanda de energia em 2010, eles descobriram que a maior contribuição, de 46% a 59%, seria da energia eólica. A energia solar fotovoltaica e a concentrada ficariam com 15% a 20% cada, e a energia hidroelétrica e a gás baseada em biocombustíveis contribuiriam com o resto.
Faz todo sentido colocar um preço no carbono como meio eficaz de lutar contra a mudança do clima, se levarmos em conta que a indústria de combustíveis fósseis recebe há décadas imensos subsídios e que todo o dano ambiental que causa não está incluído no preço de seus produtos.
Mas a questão é politicamente complicada. A indústria de combustível fóssil tem um lobby muito poderoso, e a imprensa e formadores de opinião afirmam repetidamente que qualquer mudança no jogo irá provocar aumento nos preços de energia para os consumidores.
“Nós achamos que a energia solar e a eólica serão muito mais baratas em 2030 que as projeções oficiais sugerem,” disse Mark Diesendorf, professor da universidade e um dos autores do relatório.
No momento, apenas cerca de 10% da eletricidade da Austrália vem de fontes renováveis, uma quantidade que deverá no mínimo dobrar até 2020, de acordo com as metas governamentais. A Pacific Hydro, geradora de energia renovável na Austrália, Chile e Brasil, diz que conseguir 100% da energia de fontes limpas é viável, mas que os obstáculos são consideráveis, segundo o
.Foto: David Clarke/Creative CommonsJosé Eduardo Mendonça - 05/04/2013 às 11:12