As religiões são campos demasiadamente pequenos para abranger o espaço do Sagrado, uma vez que o sentimento religioso, de fato, vai muito além das formalidades institucionalizadas, para muito além de qualquer ordem ritualística ou liturgia. É sentimento cósmico, de beleza ímpar!
Ainda ensaiamos voos tímidos, usando os artefatos das religiões. Porém, a transcendência, não se restringe aos rituais, nem ao corpo filosófico, tampouco a qualquer conceitualização dogmática, armada de fundamentos, por mais belos pareçam.
A transcendência é uma experiência única e pessoal, pelos caminhos diversos e ricos, das multisseculares experiências religiosas humanas.
Há algo de tamanha beleza, feito de fragilidade humana e fortaleza divina, no grande e eterno paradoxo das forças que se equilibram, no fio tênue da realidade material e imaterial, dos mundos paralelos que se chocam e conflitam, se misturam, permeados de risos e lágrimas, impressões e sensações, instintos e intuições, raciocínios e silêncios...
Nada há comparável à experiência do transcendente, mas tudo o que há de belo e grande, seja nas ciências ou nas artes, nas vidas miseráveis e grandiosas dos homens e das mulheres, nasce desse sentimento inexplicável, indizível, para o qual não há traduções, nem linguagens suficientemente belas, suficientemente plenas.
Nenhum signo linguístico, deu ou dará conta de expressar o que vai no coração do homem que foi tocado pelo Divino!